Estudo aponta que 96% dos estudantes brasileiros usam IA
As pesquisas mais recentes mostram que a inteligência artificial (IA) está ganhando cada vez mais espaço entre os estudantes no Brasil. Um levantamento realizado pela Emy Education revelou que nove em cada dez jovens que usam IA sentem que a tecnologia ajuda a reduzir o estresse, especialmente durante períodos de provas. A ideia é que a IA sirva como uma ferramenta de apoio, e não como um substituto para professores ou outras fontes de aprendizado.
Além disso, outro estudo do NIC.br complementou essas informações, indicando que o uso de IA tem se tornado bastante comum, especialmente entre os estudantes do Ensino Médio. Contudo, a pesquisa também trouxe à tona um desafio: mesmo com a alta conectividade, o acesso a dispositivos ainda é desigual. Isso significa que, embora muitos jovens estejam conectados, nem todos têm o mesmo acesso a ferramentas que poderiam facilitar ainda mais seu aprendizado. A formação dos docentes em tecnologia também caiu, o que é uma preocupação.
Jovens e a IA na Educação
Entre os jovens entre 16 e 24 anos, 96% deles disseram ter utilizado IA para aprender algo novo nos últimos seis meses. Quando perguntados sobre como a IA pode ajudá-los, 86,8% acreditaram que ela deve oferecer respostas rápidas e servirem como suporte no aprendizado. Outros dois pontos importantes destacaram a necessidade de uma IA que atue como um mentor ou que automatize tarefas repetitivas.
Porém, não é tudo um mar de rosas. A pesquisa revelou que quase 60% dos estudantes têm receio de usar mais a IA por medo de receber respostas erradas. É como se eles quisessem usar a tecnologia, mas ainda não confiam totalmente em suas respostas. A pesquisa entrevistou mais de 500 jovens estudantes, sendo que a maioria vem de famílias com renda mensal de até R$ 8 mil.
Ferramentas de IA no Ensino Médio
Outra pesquisa mostrou que sete em cada dez estudantes do ensino médio que usam a internet já experimentaram ferramentas de IA, como o ChatGPT e o Gemini, para pesquisas escolares. No entanto, apenas 32% receberam orientações nas escolas sobre como usar essas ferramentas de maneira segura e responsável. O estudo TIC Educação, do NIC.br, mostrou que essas práticas de aprendizagem exigem novas formas de pensar e selecionar informações.
A coordenadora do estudo, Daniela Costa, enfatizou que as escolas estão começando a debater esse uso de tecnologia com pais e educadores. A maioria dos gestores já está discutindo as regras sobre o uso de IA e celulares nas escolas, mostrando uma disposição para acompanhar essa transformação.
A Nova Realidade das Regras Escolares
Com a Lei 15.100, que restringe o uso de celulares nas escolas, a pesquisa TIC Educação demonstrou mudanças nas regras de uso desses dispositivos. Entre 2023 e 2024, o percentual de escolas que proíbem o uso do celular aumentou, enquanto as que permitiam restrições diminuíram. Isso reflete uma tendência de redução no uso de celulares entre os alunos, especialmente em escolas públicas e rurais.
Conectividade nas Escolas
Um ponto positivo é que quase todas as escolas brasileiras (96%) têm acesso à internet, uma melhoria grande desde 2020, especialmente em instituições municipais. Contudo, as desigualdades ainda são visíveis. Nas escolas estaduais, 67% dos alunos utilizam a internet para atividades escolares, enquanto essa taxa cai para 27% nas escolas municipais. Além disso, a presença de computadores para uso educacional ainda é um desafio, especialmente em escolas rurais.
Formação de Professores e Desafios
Nos últimos anos, a formação de professores em tecnologia digital tem diminuído. Em 2021, cerca de 65% disseram ter participado de cursos, mas esse número caiu para 54% em 2024. Na rede pública municipal, a queda foi ainda mais acentuada. Isso é preocupante, já que a formação continuada permitiria aos docentes orientar melhor seus alunos sobre o uso seguro e crítico das tecnologias.
A inserção da IA nas práticas educacionais pode ser um grande passo, mas é essencial que a formação dos professores acompanhe essa evolução. A pesquisa mostrou que docentes que participaram de programas de desenvolvimento profissional se sentiram mais preparados para guiar seus alunos na utilização dessas novas ferramentas.
A realidade mostra que a interação entre jovens e IA está avançando, mas ainda há um longo caminho pela frente em termos de acessibilidade e educação digital.